LER É PRECISO
O livro clássico árcade de Basílio da Gama, O Uraguai, abre as leituras com a perspectiva do conflito entre espanhóis e lusitanos contra os índios em suas missões. A partir dessa leitura, é possível seguir para os Últimos Cantos do romântico da primeira geração Gonçalves Dias cantando e contando sobre os índios, também. As Várias Histórias do mestre Machado, o bruxo do Cosme Velho, realista-mor, dão o tom dos contos marcados pela crítica social ácida e contundente acerca da sociedade carioca do final do século XIX. Por sua vez, transpondo o século XX temos o romance pré-modernista de Lima Barreto, Clara dos Anjos, pautado nos péssimos elementos da segregação racial e social.
O espetacular poema em forma de Auto, de Natal, Morte e vida Severina, de João Cabral de Melo Neto singulariza a trajetória de um retirante do interior para capital. Nas seis cenas finais, a esperança brotará, mesmo sendo severa. E nesse contexto social, o texto teatral dramático de Gianfrancesco Guarnieri, Eles não usam Black-tie, impõe uma reflexão sobre a condição do trabalho frente aos empresários, os patrões e os ganhos “repartidos” de parte a parte!
No desfecho cronológico desses livros, temos O relato de um certo oriente, de Milton Ratoum, a pós-modernidade literária embalada por esse texto em forma de relatos dos relatos, os oito assim distribuídos. As nove noites, de Bernardo Carvalho, recente, “sacodem” com o leitor com o desvelar de um suicídio em meio a uma trama amorosa de efeitos triangulares!
A coletânea é efetiva e abrangente, sobretudo por contemplar os três gêneros literários clássicos. Nosso pedido em efeito é simples! A contemplação de todos os livros na disposição das seis questões da primeira Fase! Cobraremos, sim!
Professor Marlus Geronasso
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